sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro.

*
Para ler, ouvindo: "Esconderijo" (Ana Cañas) na voz da própria.
Para baixar: http://bit.ly/nDgnH
*
Partimos em um sentido que as lutas não dão mais conta de nossos gestos. Somo aquelas pessoas que a História passa, e deixa transparecer uma coisa que não é de verdade. Aquilo que muitas vezes deixamos de ser por conta dos outros, nunca somos e deixamos de viver, e pensamos que faremos igual a um presidente desse país que dizia "sair da vida para entrar na história".
Que pena que não somos assim! Somos mais do que isso! Somos nesse dia de muita coisa, uma única coisa. Não vim aqui dizer sobre coisas que já estão em pauta a todo momento nessa mídia mesquinha que trata, às vezes, as pessoas como retardadas. Não vim aqui falar de um discurso maniqueísta de merda que tem ligação com uma política imperialista norte-americana. Não vim aqui regastar um outro discuso de um presidente negro eleito ano passado, que diz sobre raça como diz sobre guerra.
Nem quero parecer politicamente correto demais! Queria que sonhássemos mais e que fizemos um pouco mais de prazer e, de pelo menos um pouco de solidariedade, em meio a essa corrupção fudida que vivemos.
*
Ela estava lá naquele dia e me contou tudo. Eu, não sabia como reagir. Ela disse que tinha visto as duas torres se partirem ao meio levando um sonho junto dela. Que sonhos era esse, minha menina?
Que deixe para os sociológos responderem as questões de nossa prática social inútil nesse mundo? Que deixe aos economistas decifrarem a queda desse valor de humanidade? Que deixe aos psicólogos entenderem o que se passa mesmo dentro do homem, mas que não faz nenhuma construção sensata de uma realidade que pode ser mudada a partir desse sujeito? Que deixe aos historiadores a capacidade de estudar uma conjuntura social no passado, e deixá-la por lá, intacta, como se não tivesse nenhuma ligação com nosso tempo? Que deixe aos engenheiros a capacidade de empreender construções lindas mas que no fim não servem para muita gente ou para merda nenhuma? Que deixe para os arquitetos a contrução de um espaço vazio que será inutilizado pelo homem? Qu deixe para os advogados a falácia do discurso de uma pessoa filha da puta?
Que deixe...?
Será que algumas dessas perguntas tem respostas? Será que algumas dessas respostas tem cura?
Vivemos demasiadamente pensando em nossos seres e egos distintos e de nossa capacidade de diferença! [Aí nessa hora, tenho que resgatar um discurso do amigo Obama] no que diz que somos um único corpo, uma única coisa. Somos alguém que se trata com uma variedade imensa mas que termina por definir uma coisa só. A humanidade! [Não quero também aqui, desistituir um caráter de importância étnica - se passa como dialética essa questão]
Mas enquanto não chegamos a esse ponto, pensamos em nós mesmos (eu mesmo - só eu). Eu penso no "nós mesmos"!
Mas queria pensar um pouco melhor, como essa menina que perdeu seus sonhos numa manhã de 11 de setembro porque não conseguiu mais respirar em baixo dos escombros, não das construções e das vigas, mas sim, dos sonhos de outras pessoas, da solidariedade, do amor.
Prometam-me que tentaremos ser melhores.
Tentaremos ser menos egoístas.
Tentaremos ser mais passivos aos amores.
Tentaremos ser menos racistas.
Tentaremos falar de África nesse mundo ocidental com mais experiência e clareza.
Tentaremos romper laços com seres humanos descartáveis e de ideologias ridículas.
Tentaremos nos vangloriar menos de quando saímos com uma garota.
Tentaremos nos vangloriar menos quando trasamos com alguém.
Tentaremos ser menos idiotas ao pensar que as coisas não se passam ao nosso lado.
Tentaremos ser menos estúpidos ao pensar que o que está no vizinho não nos alcança.
Tentaremos ser pessoas com mais caridade.
Tentaremos construir sonhos em conjunto.
Tentaremos parar de excluir os amigos "nerds" da escola.
Tetaremos dar chance a alguém que fala mal, fala pouco, não fala ou que simplesmente tem vergonha de falar.
Tentaremos ser pessoas com menos maquiagem.
Tentaremos ser pessoas que não apontam quando vêem um homem com outro. (uma mulher com outra)
Tentaremos ser pessoas menos agressivas.
Tentaremos ser pessoas que valorizam suas próprias vidas.
*
Pode ser que fique na utopia, como acho que fica esse discurso.
Mas quero lembrar que as pessoas terminam suas vidas subitamente num 11 de setembro constante, e nada disso que está aí acima e que damos uma grande importância nessa vida...Essas coisas valerão de nada!
*
Mesmo sabendo disso, assim, falei!
ahh!

Um comentário: