-FLASHBACK-
Ana tinha viajado e iria ficar alguns meses fora do Brasil.
Era o que ela tinha contado para Luísa,
e sem ar, sem fôlego,
sem intimidades, só raridades,
na verdade, Ana tinha ido visitar seu pai,
conhecer seu pai,
e quem diria que Ana era uma pessoa que estava muito longe da sua família.
[mas por que esconder que visitaria o pai?]
enfim, Ana prometeu que escreveria,
cartas, e-mails, notícias,
que falaria dos bailes, das noites,
dos jazzes, óperas e rockes.
Ah, como depois de passar algum tempo Ana já queria voltar para casa.
Sentia falta de sua mãe,
do seu cachorro,
da sua avó,
das bricadeiras das pessoas da faculdade,
da idade, sem realidade, de das vontades
de querer viver mais uma vez
como ninguém que tivesse partido,
queria apenas voltar,
mas aproveitava o visto,
sem compromisso, pra poder ficar mais.
Ana tinha respondido,
até a última carta vazia, até o último e-mail cheio
de carinho, vontades,
e alegrias que Luísa tinha mandado
até o dia 15 de março.
mas faltava uma resposta,
resposta curta, de como teria sido o fim de semana em Praga, em lugares longos,
amarelos e cheios de branco e início de verde de uma primavera.
Ana faltava responder.
era fato!
Mas Ana resolveu sair, saiu!
e desistiu, tomou café,
foi a pé, achou que seria mais um dia feliz.
Mas quando viu, parou na rua, esperou passar um carro, não havia mais como voltar,
que clichê existencial!
quanto falta pra voltar?
alguém abriu a porta do carro.
.
Ana se projetou dentro, se viu dentro,
se fez dentro.
Alguém puxou Ana para dentro do carro.
ainda não se viu Ana.
-PRSENTE-
Deve ser por isso que Ana não responde!
.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
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